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Sarampo

Descrição - Doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmissível e extremamente contagiosa. A viremia decorrente da infecção provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas. A evolução apresenta três períodos bem definidos:

Período prodrômico ou catarral - Tem duração de 6 dias; no início da doença surge febre, acompanhada de tosse produtiva, corrimento seromucoso do nariz, conjuntivite e fotofobia. Os linfonodos estão pouco aumentados na região cervical e, algumas vezes, os intra-abdominais dão reações dolorosas à palpação do abdome. Nas últimas 24 horas deste período surge, na altura dos pré-molares, o sinal de Koplik – pequenas manchas brancas com halo eritematoso, consideradas sinal patognomônico do sarampo;

Período exantemático - Ocorre a acentuação de todos os sintomas anteriormente descritos, com prostração importante do paciente e surgimento do exantema característico: maculopapular, de cor avermelhada, com distribuição em sentido céfalo-caudal, que surge na região retro-articular e face.

Dois a três dias depois estende-se ao tronco e às extremidades, persistindo por 5-6 dias;

Período de convalescença ou de descamação furfurácea - As manchas tornam-se escurecidas e surge descamação fina, lembrando farinha.

Agente etiológico - Um vírus RNA, pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae.

Reservatório e fonte de infecção - O homem.

Modo de transmissão - É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.

Período de incubação - Geralmente dura 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição à fonte de infecção até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema.

Período de transmissibilidade - De 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema até 4 dias após. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.

Complicações - Infecções respiratórias, pneumonias, encefalites, otites médias, laringites, diarréias, panencefalite esclerosante subaguda (Peesa) dentre outras.

Diagnóstico - Clínico, laboratorial e epidemiológico. O diagnóstico laboratorial pode ser feito por:
a) Elisa (IgM e IgG), fixação do complemento, inibição de hemaglutinação ou imunofluorescência indireta;
b) isolamento do vírus em cultura de células, a partir de secreção nasofaríngea e urina, até o 7º dia do início do exantema.

Diagnóstico diferencial - Doenças exantemáticas febris agudas: rubéola, exantema súbito, escarlatina, eritema infeccioso, dengue, sífilis secundária, enteroviroses e eventos adversos à vacina.

Tratamento - Procure seu médico ou posto de saúde.

A suplementação de vitamina A é indicada na seguinte dosagem:
a) crianças de 6 a 12 meses: 100.000UI, VO, em aerossol;
b) crianças de 1 ano ou mais: 200.000UI, VO, em cápsula ou aerossol. Quando se detectar xerodermia, repetir a dose de vitamina A no dia seguinte.

Características epidemiológicas - Doença de distribuição universal, endêmica nos grandes conglomerados urbanos e epidemias a cada 2 ou 4 anos, dependendo da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus na área. Atualmente, há evidências de interrupção da transmissão autóctone do sarampo no
Brasil. Todos os últimos casos confirmados foram importados da Ásia e da Europa. Entretanto, como a homogeneidade da cobertura vacinal de rotina encontra-se em níveis abaixo do necessário para uma adequada imunidade de grupo e como o vírus continua circulando em outros países do mundo, há o risco de recirculação deste agente infeccioso no Brasil.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos

Identificação precoce de casos para adoção das medidas de controle, bem como identificar e monitorar as demais condições de risco.

Notificação

Doença de notificação compulsória nacional e de investigação epidemiológica obrigatória imediata.

Definição de caso

Suspeito - Todo paciente que, independente da idade e situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite;

Suspeito de sarampo importado: todo caso suspeito que tenha história de viagem para fora do país nos últimos 30 dias ou que tenha história de contato com alguém que viajou para fora do país, no mesmo período.

Confirmado - Todo paciente considerado como caso suspeito e que foi comprovado como caso de sarampo a partir de, pelo menos, um dos seguintes critérios:

Laboratorial - Exame “reagente” ou “positivo para IgM” e análise clínicoepidemiológica indicar tratar-se efetivamente de um caso de sarampo;

Observação - Na situação epidemiológica atual existem muitos resultados falso-positivos. Por isso, todos os casos IgM positivo ou indeterminado para o sarampo devem ser analisados conjuntamente pela secretaria estadual de saúde e pela Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS/MS;


Vínculo epidemiológico - Paciente que em um período máximo de sete a 18 dias teve contato com um ou mais casos de sarampo confirmados pelo laboratório; ou com exame laboratorial “não-reagente” ou “negativo para IgM” em amostra de sangue colhida precocemente (1º e 3º dias a partir do aparecimento do exantema) mas que teve contato com um ou mais casos de sarampo confirmados pelo laboratório (dentro de um período de sete a 18 dias antes do aparecimento dos sinais e sintomas);

Clínico - Quando se fez a suspeita clínica mas não houve coleta de amostra para sorologia; não foi investigado ou evoluiu para óbito sem a realização de qualquer exame laboratorial. A confirmação clínica do sarampo representa uma falha grave do sistema de vigilância epidemiológica.

Descartado - Todo paciente considerado como caso suspeito e que não foi comprovado como caso de sarampo a partir de, pelo menos, um dos critérios acima definidos.

MEDIDAS DE CONTROLE

Todos os países das Américas estão desenvolvendo ações para erradicar esta virose. Nesse sentido, as principais atividades são:

Vacinação - A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência do sarampo na população, sendo sua principal medida de controle.

Esquema básico: uma dose da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) aos 12 meses de idade. A vacinação de bloqueio deve ser realizada, de forma oportuna, a partir da notificação de casos suspeitos ou de surtos, envolvendo o grupode seis meses a 39 anos de idade, seletivamente. Via de administração: a vacina tríplice viral é administrada por via subcutânea, de preferência na face externa da parte superior do braço (região deltóide), podendo também ser administrada na região glútea (quadrante superior externo).

Falsas contra-indicações: alergia e intolerância que não sejam de natureza anafilática, à ingestão de ovo; contato íntimo com pacientes imunodeprimidos; vacinação recente com a vacina oral contra a poliomielite; exposição recente ao sarampo.

Situações em que se recomenda o adiamento da vacinação: tratamento com imunodepressores (corticoterapia, quimioterapia, radioterapia, etc.).

Nessas circunstâncias, adiar até 3 meses após a suspensão de seu uso, pela possível inadequação da resposta imunológica; vigência de doença aguda febril grave, atribuída ou confundida com possíveis efeitos adversos da vacina;

Investigação epidemiológica - Objetivos: obter informações detalhadas e uniformes para todos os casos suspeitos de sarampo, que permitam caracterizar os mecanismos de transmissão da doença, documentar as manifestações clínicas e as medidas de controle adotadas; inclui a coleta de sangue para diagnóstico sorológico; a identificação de outros possíveis casos suspeitos;
a classificação do caso conforme os critérios estabelecidos; a avaliação da cobertura vacinal e a execução imediata das ações de controle.

Se houver suspeita de ser um caso de sarampo importado, a investigação epidemiológica tem que se dar de forma mais intensiva, incluindo-se atividades de busca ativa e vacinação de bloqueio ampliadas; a coleta de material para isolamento viral (urina e/ou secreção nasofaringeana) e o aprazamento e realização de revisita para avaliar a evolução do caso, se necessário.

Bloqueio vacinal - Deve ser feito de forma seletiva para todos os contatos do caso, abrangendo as pessoas do mesmo domicílio, vizinhos, creches, salas de aula, alojamentos, sala de trabalho, etc.;

Operação limpeza - Deve ser realizada a partir de todo caso confirmado, devendo ser ampliada para a vizinhança, bairro ou até município, conforme a avaliação realizada. Tanto para o bloqueio como para a operação limpeza
a faixa etária prioritária deverá ser a de 6 meses a 39 anos de idade;

Isolamento de casos - O isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos pode diminuir o risco de transmissão. Deve-se evitar, principalmente, a freqüência a escolas ou creches, agrupamentos, ou qualquer contato com pessoas suscetíveis, até 4 dias após o início do período exantemático. A vigilância dos contatos deve perdurar por 7 a 18 dias.

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